Momentos

Tornar visível o invisível

Uma exposição de emoções, vivências de sala e ligações intemporais. Recriar o "espaço de um ano letivo" foi um desafio apaziguador.

“Tempo, como o definimos? Uma passagem invisível, sequencial mas interrompida, com as paragens urgentes que um ritual de atenção permanente pede.
O espaço vivido num intervalo que não se vê mas que se sente.

Pensamos no fim como o culminar da progressão de momentos que marcam este compasso e, ao chegar-lhe, voltamos sempre ao início, para aí encontrarmos a nossa narrativa. A narrativa do tempo invisível que escreve a história dentro de nós, onde sentimos mais do que vemos, onde exploramos livremente mais do que limitamos, onde guiamos em vez de ditar. Construímos diariamente uma história que não se vê, uma história que vive mais dentro do que fora e que levamos (no fim) no bolso da alma.”

Foi assim que abrimos a exposição que finalizou o ano letivo na escola.
Foi com a reflexão sobre o que significa o tempo para nós, dentro deste espaço e nesta dimensão que nos lançamos à aventura de um novo formato de fecho do ano, de uma nova forma de nos vermos mas, também, de nos mostrarmos e de nos conectarmos com quem nos acompanha todos os dias.

Sentámo-nos no chão, conversamos sobre o que sentimos e reformulámos o espaço para podermos falar dos momentos invisíveis que vivemos todos os dias dentro da escola, das interações que estabelecemos uns com os outros, dos diálogos conjuntos e individuais, das impressões que são geradas dentro de nós e que o tempo transforma em crescimento.
Demos espaço ao diálogo sobre a relação entre o tempo e esse crescimento que ele revela mas que nem os registos assíduos conseguem contar na sua plenitude. Criámos, por isso, uma exposição para se viver.

Sabemos que aprendemos a crescer nestas invisibilidades que são mais que os “projetos” através dos quais elas se manifestam. O produto final não é mais que uma infinidade de narrativas, relações e ligações, nada mais é que a concretização material das sensações e inquietações. Porque o projeto somos nós - a criança, a família e a escola enquanto entidade viva e pulsante - abordados na nossa verdadeira individualidade que completa o TODO.


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